Segundo números do Instituto de Segurança Pública (ISP)
apresentados em um estudo da Federação das Indústrias do Estado (Firjan), entre
2011 e 2016 foram registrados mais de 33 mil roubos de cargas, o que representa
um aumento de 220% nestes crimes, causando um prejuízo de R$ 2,1 bilhões. Ainda
segundo o levantamento, a região Metropolitana concentra 94,8% dos casos.Apenas
em 2016 foram mais de 10 mil casos. A Avenida Brasil foi considerao um dos
principais focos de ações dos bandidos.
Para a deputada Martha Rocha, a criação de uma estrutura
similar à Divisão de Homicídios vai ajudar a reduzir esses números. "Há
uma forte concentração da mancha criminal na Pavuna, Pedreira, Fazenda
Botafogo, mas que também alcança São Gonçalo e algumas partes da Baixada
Fluminense. Se pudermos reproduzir o mesmo paradigma da Divisão de Homicídios
na Divisão de Roubos e Furtos, vamos ganhar qualidade nas investigações e ter
mais eficiência", explicou a parlamentar.
Especialista em Gerência de Competitividade e Investimentos
da Firjan, Riley Rodrigues destacou que esse crime também prejudica o
consumidor, que acaba pagando mais caro pelas mercadorias. Ele cobrou a
implementação de medidas aprovadas pelo Legislativo, como a lei que determina a
integração de informações de diferentes órgãos governamentais sobre os crimes.
"É o estado com mais projetos contra roubo de cargas no legislativo. Só
que é preciso que as matérias saiam do papel e se tornem reais",
finalizou.
O presidente do SVNIT, Cláudio Vigilante, relatou a
situação dos vigilantes de Escolta Armada e sugeriu que um grupo de trabalho
seja constituído para discutir o transporte de cargas e a escolta armada
permanentemente e que aumentasse as penas para os receptadores. “Temos uma série de pedidos de alteração da legislação já
apresentadas na Polícia Federal em Brasília e à Câmara dos Deputados.
Precisamos de um grupo de trabalho com todas as forças que seja sólido e se
reúna permanentemente. Pedimos o apoio aos deputados estaduais para pressionar
a bancada do Rio de Janeiro. Precisamos mudar a realidade dos carros de escolta
armada, do calibre das armas, enfim, precisamo arrumar um jeito por que os
empresários nos roubos perdem apenas as cargas, mas temos perdido muitas vidas
de vigilantes também. Isso tem que acabar”, afirma Cláudio.
Durante a audiência pública foram apresentadas outras 15
propostas. Representantes da Policia Rodoviária Federal (PRF) e Sindicato das
Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro
(SindCarga) pediram o aumento de penas para o envolvimento com roubo de cargas,
a instalação de um posto policial na Pavuna, e o reforço do policiamento com a
Força Nacional nas rodovias.
Operação conjunta
Segundo o Superintendente da Polícia Rodoviária Federal,
Orlando Rodrigues, mais de 40% do roubo de carga no Brasil acontece no estado
do Rio de Janeiro, que hoje tem um déficit de 350 agentes. "Por isso
precisamos aumentar o efetivo. Com esse número a mais na equipe da PRF no
estado conseguiremos dar uma resposta mais eficiente contra a violência do que
estamos dando hoje", reforçou.
No dia 26 de novembro uma operação chamada
"Asfixia" reuniu 66 policiais civis, 38 policiais militares, 30
policiais rodoviários e 112 homens da Força Nacional para combater as
quadrilhas que atuavam ao redor das comunidades do Chapadão e da Pedreira, zona
Norte do Rio. A reedição dessa parceria foi outra proposta apresentada na
audiência.
Segundo o representante da Delegacia de Roubos e Furtos de
Cargas (DRFC) da Polícia Civil, Thiago Dorigos, o objetivo era que a operação
durasse até o carnaval. Mas, com a crise no sistema penitenciário, a Força Nacional
precisou sair no mês de janeiro. Mesmo assim, os efeitos foram sentidos: Do
início da "Asfixia" até o dia 6 de janeiro só foram registrados seis
casos. "A ideia é que esta operação volte. Ela acarretou em uma redução
significativa da violência nessa região", disse Thiago.
Participaram da reunião ainda representantes do ISP, dos
Correios, da Federação dos Transportadores de Carga do Estado do Rio
(Fetranscarga) e da Polícia Militar.
Fonte: Imprensa SVNIT com informações Assessoria Alerj
Nenhum comentário:
Postar um comentário