Após vários anos lutando pela
criação do Estatuto da Segurança Privada, os vigilantes obtiveram importantes
avanços com a aprovação do relatório e substitutivo do deputado Wellington
Roberto (PR-PB), relator da Comissão Especial da Câmara dos Deputados, instituída
para apreciar o Projeto de Lei 4238/2012, de autoria no Senado do Senador
Marcelo Crivella que diferenciava os valores dos salários de acordo com o grau
de risco. A sessão que apreciou e votou o texto aconteceu na quarta-feira, 16
de setembro.
Apesar da criação do Estatuto e o
avanços em alguns temas, o deputado retirou do seu parecer a aprovação do Piso
Nacional dos Vigilantes. O texto, agora segue para apreciação do plenário da
Câmara dos Deputados e depois vai ao Senado. Nesses dois momentos poderão ser apresentadas
emendas.
A Comissão Especial apreciou PL
4238/2012 e outros 122 projetos apensados que abordavam temas referentes à
segurança privada.
Aspectos importantes
Não foi de todo ruim, pois
interessa aos trabalhadores a atualização da lei de 1983 (lei 7.102), a exemplo
da necessária mudança na escolaridade mínima para o exercício profissional
(descabido a 4ª série primaria), do respaldo legal para atuação em eventos e
estádios de futebol e de forma segura na segurança eletrônica, na
obrigatoriedade em lei de portas de segurança, divisórias ou biombos entre
caixas nas agencias, etc.
“Podemos dizer que a proposta de
estatuto que saiu ontem da Comissão da Câmara e que agora vai a plenário e
volta ao Senado, traz ganhos e perdas. Eleva a escolaridade para fundamental
completo, inclui a segurança eletrônica no conjunto de normas da segurança
privada, amplia a atuação dos vigilantes para Cooperativas de Crédito, inclui
na segurança bancária a porta de segurança, as divisórias ou biombos, respalda
em lei a nossa atuação em eventos, estádios, transporte, etc., cria a função de
Gestor de Segurança Privada e de Vigilante Supervisor. São coisas positivas”,
afirma José Boaventura Santos, presidente da CNTV – Confederação Nacional dos
Vigilantes.
Retrocessos
O documento, portanto, traz
também retrocessos ou frustra os trabalhadores, na visão da CNTV e seus
Sindicatos filiados. O texto abre brecha para o uso de tecnologia no transporte
de valores (o malote de tinta, por exemplo), com riscos para o emprego e
segurança. Permite ao policial aposentado entrar na profissão somente com uma
extensão, flexibiliza algumas medidas de segurança nos bancos.
Piso Nacional
A exclusão do Piso Nacional do
relatório é, sem dúvida, uma derrota da categoria para a bancada de Deputados
patronais, alguns donos de empresas e liderados no Congresso Nacional pelo
Presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A categoria merece e precisa de um Piso
Nacional, para sua valorização. O relator do projeto alegou que os pisos
salariais devam ser estabelecidos pelas Convenções Coletivas e respeitando as
questões econômicas de cada região.
Mobilização
O desafio agora é fazer a batalha
no Plenário da Câmara e no Senado. Alguns deputados comprometidos com a
categoria já se comprometeram a apresentar um novo projeto com a nossa proposta
de Piso. A mobilização da categoria será o determinante.
“A partir de agora precisaremos
mobilizar ainda mais a categorias em todas as regiões. Vamos continuar lutando
pelo Piso Nacional de R$ 3 mil. Acreditamos que será possível a conquista como,
no passado, acreditamos na periculosidade. A CNTV e os Sindicatos devem se organizar
em atos e informar a todos os vigilantes sobre as nossas lutas”, afirma Cláudio
José de Oliveira, presidente do SVNIT – Sindicato dos Vigilantes de Niterói e
região e Secretário Geral da CNTV.
Fonte: Imprensa SVNIT e CNTV