O funcionário do Santander, Igor Henrique Batista Alves da Silva, de 22
anos, e a vigilante Verônica Soares (foto), de 24, foram mortos nesta
quarta-feira (21), por volta das 15h30, durante um assalto ao posto de
atendimento do Santander, localizado na área externa, próximo ao restaurante e
o estacionamento da Usina Nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, no Estado do Rio
de Janeiro.
O bancário era
de Volta Redonda. Ele passava os fins de semana na casa da família, no bairro
Minerlândia, enquanto nos dias úteis residia numa república na cidade do
litoral carioca.
Igor tinha sido
contratado pelo banco em janeiro deste ano. Ele foi morto com um tiro no peito
depois que os bandidos ordenaram que o cofre fosse aberto. A polícia acredita
que os assaltantes tenham se irritado com a demora, pois o sistema eletrônico
aciona um temporizador, que só efetiva a abertura cerca de dez minutos depois
de digitada a senha.
O trabalhador do
Santander - ele não era gerente, como inicialmente divulgado - ficava no posto
apenas em companhia de um vigilante de uma empresa contratada, que nesta
quarta-feira era Verônica, também morta pelos bandidos. Ela foi amarrada com
uma corda e levou um tiro na cabeça.
Mais uma vez
sofremos uma perda irreparável no setor Bancário, onde a política perversa do
lucro a qualquer custo mantida pelos banqueiros continua trazendo prejuízos
para a nossa categoria e para os familiares dos vigilantes e bancários.
Temos uma portaria da Polícia Federal nº 3233/2012 que determina que as
agências bancárias devam ter para o funcionamento no mínimo 02 vigilantes, porém,
os bancos insistem em não cumprir.
O único objetivo dos banqueiros é ganhar dinheiro à custa dos
trabalhadores vigilante e bancário. Muitas agências estão operando com a presença
de apenas um vigilante, fugindo desaforadamente do plano de segurança e colocando
em risco as vidas dos vigilantes, bancários e clientes dos bancos.
Duas vidas se foram. Duas famílias em luto e os Banqueiros nem esquentam,
pois no dia seguinte exigem que seja colocado outro vigilante vai contratar
outro bancário ou remaneja algum do seu quadro e a vida segue normalmente sem
prestar qualquer auxílio financeiro, psicológico às famílias das vítimas, a não
ser que seja acionada a Justiça. O pior de tudo é que os bancos não respondem
criminalmente pela omissão na questão da segurança bancária. E o Banco
Santander vem a público e declara que lamenta o ocorrido.
Os Vigilantes e os Bancários precisam tomar
uma decisão. Precisamos amadurecer uma possível greve na área bancária para
mostrar aos banqueiros a indignação e dizer que não aguentamos mais tanta falta
de respeito com a classe trabalhadora.
A CECASP precisa ser mais enérgica, não podemos aceitar que os bancos
continuem colocando somente 1 vigilante para fazer segurança do dinheiro do
Banco, dos Funcionários e dos clientes. Vamos dar um basta! Sou Vigilante e
presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói e regiões e defendo uma greve
em toda a rede bancária. Onde tiver somente um vigilante os bancos terão que
cumprir a legislação em vigor.
Pedimos também à Polícia Federal que fiscalize as agências, pois o que
estamos vendo é um absurdo, os bancos fazem o que bem querem. Sabemos dos
esforços dos agentes da Polícia Federal que não possui o efetivo necessário para
cumprir todas as diligências. Mas, pedimos socorro em nome de uma categoria que
vive sob intensa tensão.
A diretoria do Sindicato dos Vigilantes de Niterói e regiões e toda a
categoria da nossa região lamenta ocorrido e está solidária aos familiares das
vítimas. Estamos em luto!
Só quem sabe o que o Vigilante sofre em seu posto de serviço é outro
vigilante, por isso esse desabafo.
Cláudio Vigilante
Presidente do SVNIT