A categoria de vigilantes do
Brasil teve mais um dia histórico na sua trajetória de lutas e busca por
direitos. Nesta segunda-feira (06/06), O Senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que
vai apresentar ainda essa semana um Projeto de Lei do Senado que cria o Piso
Nacional dos Vigilantes. Paim também presidiu a audiência pública na Comissão
de Direitos Humanos e Legislação Participativa que discutiu a importância da
valorização salarial da categoria. O evento contou com a participação de cerca
de 300 vigilantes de todos os cantos do país que ocuparam três plenários de
comissões no Senado Federal. A mesa de
abertura foi composta pelo presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói,
São Gonçalo e região (SVNIT), Cláudio Vigilante, o presidente da Confederação
Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura, o Senador Paulo Paim, o
Deputado Distrital, Chico Vigilante e o presidente do Sindicato dos Vigilantes
do Sul, Loreni dos Santos Dias. Diretores do SVNIT também marcaram presença como
Paulo Henrique (vice-presidente), Eduardo José de Carvalho, Roberto Garcia,
Sérgio Aguiar de Oliveira, Vilma Vítor, Adilson Manoel, Dilson Venâncio e
Nelson Oliveira Azevedo.
A audiência pública aconteceu no
plenário 04-A da Ala Senador Nilo Peçanha no Senado Federal e foi requerida
pelo Senador Paulo Paim a pedido da CNTV e do Deputado Distrital Chico
Vigilante que relembrou o início da organização da categoria e o medo que os
empresários têm da mobilização dos trabalhadores. “Não adianta os patrões virem
com discurso que o piso nacional de R$ 3 mil vai desempregar o vigilante. Não é
o salário nacional que demite. É a vontade dos empresários em querer o lucro
fácil. Os vigilantes não são mais presas fáceis. Estamos organizados. O piso
vai trazer uma valorização da categoria”, afirmou Chico Vigilante.
José Boaventura, presidente da
CNTV, destacou a importância da categoria no cenário econômico nacional e lembrou
outras frentes que deverão ser atacadas pela CNTV. “Hoje somos dois milhões de vigilantes
registrados na Polícia Federal. Existe a necessidade de um reconhecimento
salarial. Somos a categoria mais bem preparada e ficha limpa. Passamos por
vários cursos, temos que apresentar atestados antecedentes e ainda fazemos uma
reciclagem de dois em dois anos. Somos muito preparados para ser merecedor de
um salário condizente. As empresas de segurança privada se dizem especialistas,
porém, não vendem segurança, vendem apenas ‘gente’. A CNTV vai pedir à Polícia
Federal que inclua nos cursos de formação uma matéria sobre Plano de Segurança,
coisa que as empresas sequer tenham. Isso dará mais proteção às pessoas e a nós
mesmos”, acredita Boaventura.
A luta pelo Piso Nacional dos
Vigilantes de R$ 3 mil acontece desde 2013 quando a CNTV encampou a briga e
lançou o projeto em todo país. No Rio de Janeiro, os Sindicatos que lutam pelo
piso nacional unificado são: o Sindicato dos Vigilantes de Niterói, São Gonçalo
e região, Petrópolis e região e Duque de Caxias. Em setembro de 2014, o SVNIT
fez um grande lançamento da campanha na Câmara de Vereadores de Niterói com a
presença de vigilantes de todo Estado. Hoje, o piso salarial médio da categoria
está em R$ 1.174,00.
“Os vigilantes devem cobrar mais
dos seus sindicatos a participação nessa campanha da CNTV, Federações e
Sindicatos filiados. Precisamos de dirigentes sindicais corajosos. A nossa luta
é verdadeira por que somos vigilantes de verdade e sabemos que um trabalhador
passa em seu posto de serviço muitas vezes comendo uma marmita azeda, tomando
chuva e passando frio sem nenhuma segurança. A luta será vitoriosa como foi a
dos 30% de periculosidade. Não dá para aceitar que os empresários nos tratem
como mercadorias”, assegura Cláudio Vigilante, presidente do SVNIT.
O Projeto de Lei no Senado
O Senador Paulo Paim recebeu dos
dirigentes sindicais a indicação do projeto de lei que institui o Piso Nacional
dos Vigilantes. Paim se comprometeu a apresentar a proposta ainda nesta
segunda-feira para iniciar a tramitação na Casa. O PLS deverá passar por
comissões e depois seguir para votação em plenário. A proposição ganhou
importantes apoios de outros senadores que fizeram questão de participar da
audiência pública como: Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) autora do projeto de lei
que criou os 30% de periculosidade, José Medeiros (PSD-MT) e Fátima Bezerra (PT-RN).
“Nós conseguimos os 30% graças a
muita mobilização. Realizamos audiências públicas por todo país e apresentamos
a matéria na Câmara e no Senado. Aqui (Senado) andou mais rápido e garantimos
que cada vigilante do país recebesse o adicional. Esse deve ser o mesmo caminho
para garantir o Piso Nacional de R$ 3 mil”, garante Paim.
Fonte: Imprensa SVNIT / Fotos: Willian Chaves
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