A diferença de tratamento entre
alguns funcionários de agências bancárias de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí,
Maricá e Rio Bonito foi parar no Ministério Público do Trabalho (MPT). O
Sindicato dos Vigilantes de Niterói e Região (SVNIT) fez uma denúncia ao órgão
pedindo uma apuração dos motivos que os vigilantes não são incluídos no quadro
de funcionários afastados, em caso de fechamento da agência por motivo da
Covid-19. Naturalmente quando um funcionário é infectado pelo coronavírus toda
a agência bancária fecha e os funcionários cumprem quarentena em casa. Mas os
vigilantes não são incluídos nessa rede de proteção.
O presidente do SVNIT, Cláudio
Oliveira, explicou que a denúncia ao MPT é em relação as agências do banco
Itaú.
“Isso é uma discriminação, pois
todos os funcionários de todos os setores dos bancos devem ficar em casa
fazendo a quarentena e os vigias não. Qual o motivo? Eles são imunes à doença?
Isso é algo muito grave. Já tivemos cerca de 100 profissionais infectados nas
regiões e 16 mortes pela Covid-19. Todos podem se proteger em casa menos os
vigias?”, indagou.
A situação é tão grave que o
presidente encomendou um levantamento de todas as agências bancárias da região
para saber se o mesmo acontece. “Esses trabalhadores ficam com medo de sofrerem
represálias e não denunciam isso. Descobrimos essa situação visitando as
agências de São Gonçalo e Niterói. Não vamos deixar isso acontecer e esperamos
uma resposta do Ministério do Trabalho”, completou Cláudio.
Não é novidade que os bancos
estão lotados e poucos respeitam as regras de distanciamento social e as
medidas sanitárias por causa da pandemia. Ao longo dessa semana, o Procon
Estadual do Rio de Janeiro realizou algumas fiscalizações, através de denúncias
de consumidores, e duas agências foram flagradas pela autarquia com
irregularidades, inclusive o próprio Itaú do Centro de Maricá.
De acordo com o Procon, foram
flagradas irregularidades como falta de orientação quanto à triagem e ao
distanciamento para evitar aglomeração onde ficam localizados os caixas
eletrônicos, além da ausência de demarcação no chão para evitar a aglomeração.
O alvará de funcionamento estava vencido desde 04.07.2011.
Outra unidade que também não se
livrou do pente fino do Procon é o Santander do Centro de São Gonçalo, onde
foram registrados os mesmos problemas do Itaú, exceto a falta do alvará, além
do atraso para início do atendimento que deveria começar às 9h.
O MPT não deu detalhes sobre a
denúncia, assim como o Santander. Já o Itaú Unibanco esclareceu que em casos de
suspeita de Covid-19 sempre afasta temporariamente de suas funções todos os
seus colaboradores das agências e fecha as unidades para higienização, seguindo
todos os protocolos de limpeza e o uso de antissépticos adequados. Em casos de
prestadores de serviço, o banco orienta as empresas terceirizadas a cumprir o
mesmo protocolo.
O Itaú reforça que vem adotando uma série de
medidas para contribuir com o objetivo de desacelerar a velocidade de
propagação da doença e para evitar aglomerações, por meio de alterações no
atendimento presencial na rede de agências.
SALÁRIOS E BENEFÍCIOS
Mas os problemas não param por
aí. O presidente do SVNIT ainda frisou que a categoria ainda enfrenta os mesmos
problemas do meio do ano, como a falta da resolução da convenção coletiva. A
categoria luta por melhores condições salariais além continuidade de benefícios
como alimentação e plano de saúde. A categoria está em negociação salarial
desde janeiro deste ano, e em março ficou decido que eles queriam um aumento de
100% em cima do valor da inflação. Além disso, o ticket refeição no valor de R$
22 por dia teria que saltar para R$ 30.
A proposta das empresas foi de R$
23 de ticket alimentação por dia, ou aumento de R$ 1, além de congelamento do
salário. O Sindicato das Empresas de Segurança do Rio de Janeiro (Sindesp-RJ)
foi procurado pela reportagem para comentar o caso, mas não se manifestou.
Fonte: Jornal A Tribuna
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