As práticas anti-sindicais são mais comuns que muitos pensam. Dessa vez, a vítima é o Sindicato dos Vigilantes de Niterói e região (SVNIT) que foi denunciado numa delegacia por perturbação do trabalho ou sossego alheio. Isso mesmo, denunciado.
No
entanto, a história começa assim. Após receber reclamações de que vigilantes
trabalhavam em local insalubre e debaixo do sol de 40° nas dependências do
Shopping Itaipu Multicenter, na região oceânica de Niterói, a diretoria do
SVNIT foi até o local e constatou as péssimas condições de trabalho.
A
empresa responsável pelo posto, a SL4 Segurança e Vigilância, foi acionada pelo
Sindicato para buscar uma resolução. O supervisor da SL4 alegou que estava
proibido pela empresa de falar ou dar esclarecimentos ao Sindicato.
“Questionamos
o porquê do vigilante ter que trabalhar debaixo de sol forte sem qualquer tipo
de proteção? São condições insalubres para a prática laboral e, para nossa
surpresa, a empresa não quis dar explicações”, afirma Cláudio Vigilante,
presidente do SVNIT.
Diante
da negativa de um posicionamento da SL4, a diretoria do Sindicato acionou os
responsáveis pelo Shopping que só apareceram após 30 minutos de espera.
O
mesmo questionamento foi feito ao representante do shopping que alegou que
precisava do vigilante no local para realizar a segurança. No entanto, após o
Sindicato reafirmar que era necessário um local mais apropriado para o trabalho
do vigilante, o representante informou que tiraria o trabalhador daquela
condição insalubre até que se buscasse uma outra solução.
Problema
parcialmente solucionado após denúncia da própria categoria. O Sindicato cumpriu
seu papel de defensor dos interesses e direitos dos vigilantes mas, no dia
seguinte, foi surpreendido com uma denúncia feita na delegacia onde dois
funcionários da empresa SL4 registraram um boletim por perturbação do trabalho
e sossego alheio contra a direção do Sindicato, mencionando nominalmente o
presidente Cláudio Vigilante. No BO foram relatados pelos vigilantes diversas
informações vazias, incorretas e mentirosas com intuito de imputar algum crime
ao Sindicato.
“O
que deixa a direção do Sindicato intrigada é entender porque foram usados dois
trabalhadores para formular a denúncia junto à delegacia. Totalmente sem
fundamento. Imaginamos que quem articulou isso pensa que vai impedir o
Sindicato de continuar fiscalizando e atuando na defesa dos trabalhadores. Se
enganaram, vamos até às últimas circunstâncias para esclarecer os fatos à
polícia e depois voltar contra quem nos acusa”, esclarece Cláudio Vigilante.
O fato está ligado diretamente à prática anti-sindical e forma de intimidar o trabalho do movimento sindical. Comum nos dias atuais, porém terão resistência. As ações cabíveis contra os autores e mandantes da denúncia à polícia já estão sendo preparadas pelo Sindicato.
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