Acontece em Brasília a 12º
Conferência Nacional dos Vigilantes organizada pela Confederação Nacional dos
Vigilantes (CNTV) com a participação de Federações e Sindicatos filiados de
todo país. A abertura dos trabalhos ficou por conta do presidente da CNTV, José
Boaventura Santos. Na mesa, ainda, Cláudio Vigilante, presidente do Sindicato
de Niterói e Secretário Geral da CNTV, Jacy Afonso, bancário representando a
CUT Nacional, e Rodrigo Brito, da CUT-Distrito Federal, e a vigilante Gleide,
diretora do Sindicato de Niterói representando as mulheres vigilantes.
O primeiro tema de trabalho foi
uma análise da classe trabalhadora e do movimento sindical numa conjuntura
nacional e internacional. O deputado distrital, Chico Vigilante (PT), lembrou
as eleições deste ano e ressaltou a perda de espaço dos trabalhadores no
Congresso Nacional.
“A direita deixou de ter medo e
vergonha de dizer que é direita. Veja o resultado das eleições para
parlamentares esse ano. Os trabalhadores perderam muita representatividade no
Congresso Nacional. Na verdade nós estamos caminhando em passos largos para uma
das maiores crises institucionais da nossa história. Um quadro nunca visto
antes mesmo com a Ditadura Militar, com morte de Vargas. Todas as instituições
estão contaminadas. Nós precisamos atentar para esse momento”, disse o deputado.
Auditório lotado com vigilantes de todo país |
Chico ainda lembrou das
dificuldades que poderão surgir em 2015 para os vigilantes.
“No próximo ano talvez nós
vigilantes tenhamos que pagar um alto preço. Nos acostumados a fazer nossa
campanha salarial achando que fizemos uma boa campanha apenas com bons índices.
O que tem desenhado para 2015 por conta da crise internacional e do Brasil é
arrocho. Os governos vão fazer ajustes. Teremos desemprego. As nossas
instituições estão paralisadas. Nós temos que avaliar como nos situamos nesse
cenário, como podemos transformar essa realidade. Talvez tenhamos que fazer
como na década de 1980 com a volta da participação dos trabalhadores na vida
política do país coisa que desaprendemos”, Chico Vigilante.
O companheiro, Jacy
Afonso, Secretário de Organização da CUT, destacou a importância de uma mobilização forte e ressaltou a parceria
entre a CNTV e a Contraf-Cut.
“Nós bancários somos a única
categoria que possui uma convenção coletiva nacional e espero que os vigilantes
sejam a segunda categoria. É importante essa aliança da CNTV com a Contraf. A
luta nossa contra o PL 4330 significa que não estamos lutando contra o
companheiro terceirizado. Nós lutamos contra esse modelo de precarização do
trabalho. Esse é um movimento do trabalhador. Nós temos hoje no congresso 28
partidos. Será que existe tanta ideologia para justiçar essa quantidade?
Existem hoje nove centrais sindicais e muitas delas surgiram para atender a
outros interesses. Essa divisão enfraquece a classe trabalhadora. Quero pedir
licença para vestir a camisa da campanha pelo piso nacional dos vigilantes para
demonstrar a nossa união. Temos que caminhar juntos para lutar contra o patrão.
A simbologia desse momento é a unidade nacional para lutar pelo piso nacional”,
destacou Jacy.
Ainda sobre a conjuntura
nacional, Rodrigo Brito, lembrou as lutas de classes e a disputa de projetos
que está em pauta no Brasil.
“Elegemos esse ano o Congresso
Nacional mais conservador dos últimos tempos. Sabemos que esse período vai ser
pesado. Precisamos ser uma unidade, resgatando os nossos princípios que
alimentaram nossas entidades, só assim que todos vão compreender o porquê de
participar da luta coletiva. Temos que potencializar a nossa comunicação, a
nossa formação para discutir e respirar fazendo política e fortalecer o nosso
trabalho de base. Temos que ir pra rua defender o projeto que acreditamos, defender
a categoria que representamos.
Imprensa Sindical RJ - wmcnoticias@gmail.com - Jornalista Willian Chaves
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