Comandante do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe),
o tenente-coronel João Fiorentini Guimarães afirmou ao Jogo Extra que
falhas na calibragem dos detectores de metal possibilitaram que pessoas
entrassem armadas no Maracanã em três jogos da Copa do Mundo. A empresa
Sunset presta o serviço de segurança nos estádios para a Fifa e é a
responsável por operar os equipamentos.
— O problema é o
equipamento, a sensibilidade do raio X e do detector de metal, que
estava calibrado de forma errada. Estava sensível demais e não apontava a
presença de armas, por isso alguns policiais de folga conseguiram
passar. Tanto que depois que a falha foi detectada a revista manual
passou a ser utilizada — afirmou o oficial.
Ontem, o Jogo Extra
revelou que o oficial, em relatório enviado ao Ministério Público e ao
comandante-geral da PM, afirmou que “as revistas apresentaram diversas
falhas, permitindo que pessoas armadas entrassem no estádio sem terem
suas identidades e o competente porte de arma verificado”.
De
acordo com o documento, “PMs do Gepe foram abordados por policiais de
folga, já no interior do estádio, que solicitavam informações sobre
possível acautelamento de armas, pois estavam armados e não foram
abordados pela iniciativa privada”. Os problemas aconteceram nos jogos
entre Argentina e Bósnia, Chile e Espanha e Colômbia e Uruguai. Ontem,
segundo ele, o problema não aconteceu.
Já o Comitê Organizador
Local (COL), responsável pela contratação da Sunset para o serviço, nega
os problemas nos detectores de metal. Trecho da nota enviada pelo órgão
diz: “Nenhum incidente de entrada irregular de armamento nos estádios
da Copa do Mundo foi registrado durante a operação. Os detectores de
metal e aparelhos de raio X no Maracanã funcionam desde o primeiro jogo e
auxiliaram na identificação de diversos itens proibidos”.
Fiorentini
ainda afirmou que o efetivo de 1.200 seguranças privados que vem sendo
empregado é baixo para a final da competição, principalmente se o jogo
for entre Brasil e Argentina.
— O número de stewards é baixo para a
final, um jogo que a rivalidade pode aflorar e causar problemas. Eu
recomendaria também que a venda de bebidas dentro do estádio fosse
suspensa em caso de Brasil e Argentina — disse o tenente-coronel.
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