domingo, 6 de julho de 2014

Polícia Investiga Atuação de Falsos Seguranças no Centro de Niterói

  
A Rua São João, onde acusados de tentativa de latrocínio atuavam como seguranças do comércio
Foto: Bárbara Lopes / Agência O Globo
NITERÓI - A Polícia Civil investiga denúncias de que um grupo que oferece segurança particular vem coagindo lojistas a pagar pelo serviço. De acordo com o delegado da 76ª DP (Centro), Gláucio Paz, o grupo atua principalmente na região central da cidade. Um dos homens que trabalhavam como segurança, Pedro Paulo Santos, foi preso no mês passado. Contra ele havia mandado de prisão por roubo.
 Estamos procurando os comerciantes para apurar mais informações sobre as denúncias, mas tem sido um trabalho difícil. Muitos estão com medo de identificar esses seguranças e sofrerem retaliações — afirma o delegado.
Na semana passada, outros três homens foram presos enquanto trabalhavam como seguranças na Rua São João, no Centro. Cleiton Freire de Mello, Maurício Moraes de Nazareth e Maicon José Figalo são acusados de tentativa de latrocínio. A denúncia foi feita pela própria vítima, um rapaz de 20 anos que trabalha como pedreiro e sobreviveu a dois tiros disparados por um dos detidos, segundo Paz.
O delegado contou que a vítima foi abordada à noite pelos três homens, próximo ao Jardim São João. Ele fora ao local atrás de prostitutas. Os suspeitos se aproximaram para roubá-lo e encontraram R$ 2.800 com o pedreiro. Eles pegaram o dinheiro, colocaram a vítima dentro de um carro e o levaram para uma área de pouco movimento, atrás do antigo Carrefour, no Centro. O rapaz foi baleado no abdômen e, quando tentou fugir, ainda foi alvejado nas costas. O pedreiro foi abandonado no local, mas conseguiu pedir ajuda.
O crime ocorreu no dia 26 de março, mas o rapaz ficou mais de 20 dias internado no hospital sem conseguir falar. Quando se recuperou, ele nos ajudou a identificar os suspeitos — diz o delegado.
Lojas arrombadas de madrugada
Denúncias de que seguranças estariam coagindo lojistas foram feitas também durante reunião do Conselho Comunitário de Segurança de Niterói. De acordo com os relatos, comerciantes que não contratam os serviços desse grupo tiveram as lojas arrombadas durante a madrugada, mas nada de valor fora roubado, o que despertou a desconfiança de que o grupo de seguranças pudesse estar cometendo esses crimes como uma forma de pressionar os comerciantes. Segundo as denúncias, chamaram atenção casos como o do assalto a uma sapataria do Centro, em que apenas um pé de sapato foi roubado.
— Toda essa situação é decorrente da sensação de insegurança que a população de Niterói vive. O comércio de rua vem sofrendo com sucessivos assaltos. Isso gera um sentimento de medo que acaba facilitando a atuação desses falsos seguranças — afirma o presidente do Conselho Comunitário de Seguranças, Leandro Santiago.
Para ele, o município deveria regular a ação dos prestadores do serviço de segurança particular para inibir a atuação de grupos de criminosos no setor:
— Uma lei municipal poderia exigir que os vigilantes se cadastrassem na delegacia local. Acredito que isso ajudaria os comerciantes na hora de contratar esses profissionais. Vamos levar a proposta ao vereador Renato Cariello, presidente da comissão de segurança da Câmara.

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