NITERÓI - A Polícia Civil investiga denúncias de
que um grupo que oferece segurança particular vem coagindo lojistas a pagar
pelo serviço. De acordo com o delegado da 76ª DP (Centro), Gláucio Paz, o grupo
atua principalmente na região central da cidade. Um dos homens que trabalhavam
como segurança, Pedro Paulo Santos, foi preso no mês passado. Contra ele havia
mandado de prisão por roubo.
Estamos
procurando os comerciantes para apurar mais informações sobre as denúncias, mas
tem sido um trabalho difícil. Muitos estão com medo de identificar esses
seguranças e sofrerem retaliações — afirma o delegado.
Na semana passada, outros três homens foram presos
enquanto trabalhavam como seguranças na Rua São João, no Centro. Cleiton Freire
de Mello, Maurício Moraes de Nazareth e Maicon José Figalo são acusados de
tentativa de latrocínio. A denúncia foi feita pela própria vítima, um rapaz de
20 anos que trabalha como pedreiro e sobreviveu a dois tiros disparados por um
dos detidos, segundo Paz.
O delegado contou que a vítima foi abordada à noite
pelos três homens, próximo ao Jardim São João. Ele fora ao local atrás de
prostitutas. Os suspeitos se aproximaram para roubá-lo e encontraram R$ 2.800
com o pedreiro. Eles pegaram o dinheiro, colocaram a vítima dentro de um carro
e o levaram para uma área de pouco movimento, atrás do antigo Carrefour, no
Centro. O rapaz foi baleado no abdômen e, quando tentou fugir, ainda foi
alvejado nas costas. O pedreiro foi abandonado no local, mas conseguiu pedir
ajuda.
O crime ocorreu no dia 26 de março, mas o rapaz
ficou mais de 20 dias internado no hospital sem conseguir falar. Quando se
recuperou, ele nos ajudou a identificar os suspeitos — diz o delegado.
Lojas arrombadas de madrugada
Denúncias de que seguranças estariam coagindo
lojistas foram feitas também durante reunião do Conselho Comunitário de
Segurança de Niterói. De acordo com os relatos, comerciantes que não contratam
os serviços desse grupo tiveram as lojas arrombadas durante a madrugada, mas
nada de valor fora roubado, o que despertou a desconfiança de que o grupo de
seguranças pudesse estar cometendo esses crimes como uma forma de pressionar os
comerciantes. Segundo as denúncias, chamaram atenção casos como o do assalto a
uma sapataria do Centro, em que apenas um pé de sapato foi roubado.
— Toda essa situação é decorrente da sensação de
insegurança que a população de Niterói vive. O comércio de rua vem sofrendo com
sucessivos assaltos. Isso gera um sentimento de medo que acaba facilitando a
atuação desses falsos seguranças — afirma o presidente do Conselho Comunitário
de Seguranças, Leandro Santiago.
Para ele, o município deveria regular a ação dos
prestadores do serviço de segurança particular para inibir a atuação de grupos
de criminosos no setor:
— Uma lei municipal poderia exigir que os
vigilantes se cadastrassem na delegacia local. Acredito que isso ajudaria os
comerciantes na hora de contratar esses profissionais. Vamos levar a proposta
ao vereador Renato Cariello, presidente da comissão de segurança da Câmara.
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