Vigilantes de Niterói e regiões aprovaram por unanimidade a proposta de reajuste salarial e ganhos em cláusula sociais na Convenção Coletiva de Trabalho oferecida pelos empresários da segurança privada. A categoria avaliou as conquistas na noite desta segunda-feira, 18, em assembleia geral extraordinária realizada no auditório do Sindicato dos bancários de Niterói. Comandada pelo presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói, Cláudio Vigilante, a reunião serviu também para apresentação de um relatório de todas as etapas da negociação salarial deste ano. A plenária aconteceu com as presenças do presidente da Federação dos Bancários do Rj/ES e presidente do Sindicato dos Bancários de Niterói, Fabiano Júnior, e dos diretores do Sindicato dos Bancários de Niterói, o ex-presidente, Jorge Antônio “Porkinho” e Haidêe Antunes.
Os vigilantes fecharam o seguinte
acordo:
- pagamento de 16% sobre o
salário, completando os 30% de Risco de Vida;
- reposição da inflação do
período como reajuste salarial;
- aumento no mesmo percentual da
inflação para o tíquete alimentação;
- inclusão da Súmula nº 444 do
TST, que assegura a remuneração em dobro dos feriados trabalhados para
vigilantes com a escala 12x36;
- inclusão na Convenção Coletiva
de uma punição com multa para as empresas que atrasarem os pagamentos dos
salários dos trabalhadores, respeitando o prazo de três dias após o 5º dia útil
já previsto em lei e convencionado. A multa será revertida nos salários
seguintes para o próprio vigilante sendo que: a 1ª penalidade será pago ao
vigilante um adicional de 20%, aumentando mais 5% por mês de atraso chegando no
máximo a 50%;
- mudança na justificação de
ausência por motivos de saúde: o atestado médico poderá ser entregue por outra
pessoa, por fax, por e-mail ou qualquer outra forma de envio a ser definido na
convenção;
- Reciclagem: 1)- o vigilante poderá escolher qual empresa será
responsável por pagar a sua reciclagem;
2)- inclusão na CCT da proibição
da reciclagem em todos fins de semana na escala 5x2, sendo que poderá ser
utilizado apenas um sábado e domingo por mês;
- Todas as empresas, inclusive as
de vigilantes orgânicos serão obrigadas a pagar os 30% de risco de vida.
Com a judicialização da campanha
salarial, os vigilantes resolveram apertar os patrões prometendo novas
paralisações. Na semana passada, os empresários apresentaram uma nova proposta
para negociação onde ofereceram a complementação do risco de vida e apenas a
reposição de 50% da inflação. A indicação foi totalmente rechaçada pelo
presidente do SVNIT que afirmou não aceitar um reajuste abaixo do índice do
INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Um novo encontro foi agendado
e, finalmente, na última sexta-feira, 15, a comissão de negociação patronal
apresentou uma nova proposta facilitando o avanço das discussões.
Para Cláudio Vigilante, a
categoria deu um importante passo em 2013.
“Os patrões já entenderam que nós
vigilantes nos organizamos e, por isso, temeram uma nova greve. A greve de 2012
forçou uma nova postura dos empresários. Conquistamos 22,63% de aumento em cima
do salário base da categoria. Avançamos em importantes cláusulas sociais como a
inclusão da Súmula 444 que vai beneficiar milhares de trabalhadores e ainda
conseguimos incluir em CCT uma multa para os maus empresários que não pagam
salários em dia. Essa multa será revertida para o trabalhador. Os vigilantes de
Niterói estão de parabéns. Obtivemos todos esses ganhos sem nenhum dia de
greve. Isso mostra o amadurecimento da categoria e o reconhecimento pelos empresários
do poder de mobilização”, destaca Cláudio Vigilante, presidente do SVNIT.
Em 18 Estados brasileiros os
vigilantes já haviam conquistado os 30% de risco de vida ou periculosidade com
algumas ressalvas. No Rio de Janeiro, a batalha foi mais além e ainda buscou
outros ganhos para os trabalhadores.
A assinatura da Convenção
Coletiva de Trabalho deve ser acontecer nesta quarta-feira, 20 de março,
juntamente com o Sindicato Patronal. Assinado o acordo, ele será encaminhado
para o Tribunal Regional do Trabalho para ser homologado. Todos os benefícios
conquistados pelos vigilantes são retroativos à 1º de março.
Willian Chaves
Assessoria de Comunicação
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