quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Bancário e vigilante são mortos em assalto a posto do Santander em Angra dos Reis

O funcionário do Santander, Igor Henrique Batista Alves da Silva, de 22 anos, e a vigilante Verônica Soares (foto), de 24, foram mortos nesta quarta-feira (21), por volta das 15h30, durante um assalto ao posto de atendimento do Santander, localizado na área externa, próximo ao restaurante e o estacionamento da Usina Nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro.

O bancário era de Volta Redonda. Ele passava os fins de semana na casa da família, no bairro Minerlândia, enquanto nos dias úteis residia numa república na cidade do litoral carioca.

Igor tinha sido contratado pelo banco em janeiro deste ano. Ele foi morto com um tiro no peito depois que os bandidos ordenaram que o cofre fosse aberto. A polícia acredita que os assaltantes tenham se irritado com a demora, pois o sistema eletrônico aciona um temporizador, que só efetiva a abertura cerca de dez minutos depois de digitada a senha.

O trabalhador do Santander - ele não era gerente, como inicialmente divulgado - ficava no posto apenas em companhia de um vigilante de uma empresa contratada, que nesta quarta-feira era Verônica, também morta pelos bandidos. Ela foi amarrada com uma corda e levou um tiro na cabeça.

Mais uma vez sofremos uma perda irreparável no setor Bancário, onde a política perversa do lucro a qualquer custo mantida pelos banqueiros continua trazendo prejuízos para a nossa categoria e para os familiares dos vigilantes e bancários.

Temos uma portaria da Polícia Federal nº 3233/2012 que determina que as agências bancárias devam ter para o funcionamento no mínimo 02 vigilantes, porém, os bancos insistem em não cumprir.

O único objetivo dos banqueiros é ganhar dinheiro à custa dos trabalhadores vigilante e bancário. Muitas agências estão operando com a presença de apenas um vigilante, fugindo desaforadamente do plano de segurança e colocando em risco as vidas dos vigilantes, bancários e clientes dos bancos.

Duas vidas se foram. Duas famílias em luto e os Banqueiros nem esquentam, pois no dia seguinte exigem que seja colocado outro vigilante vai contratar outro bancário ou remaneja algum do seu quadro e a vida segue normalmente sem prestar qualquer auxílio financeiro, psicológico às famílias das vítimas, a não ser que seja acionada a Justiça. O pior de tudo é que os bancos não respondem criminalmente pela omissão na questão da segurança bancária. E o Banco Santander vem a público e declara que lamenta o ocorrido.

Os Vigilantes e os Bancários precisam tomar uma decisão. Precisamos amadurecer uma possível greve na área bancária para mostrar aos banqueiros a indignação e dizer que não aguentamos mais tanta falta de respeito com a classe trabalhadora.

A CECASP precisa ser mais enérgica, não podemos aceitar que os bancos continuem colocando somente 1 vigilante para fazer segurança do dinheiro do Banco, dos Funcionários e dos clientes. Vamos dar um basta! Sou Vigilante e presidente do Sindicato dos Vigilantes de Niterói e regiões e defendo uma greve em toda a rede bancária. Onde tiver somente um vigilante os bancos terão que cumprir a legislação em vigor.

Pedimos também à Polícia Federal que fiscalize as agências, pois o que estamos vendo é um absurdo, os bancos fazem o que bem querem. Sabemos dos esforços dos agentes da Polícia Federal que não possui o efetivo necessário para cumprir todas as diligências. Mas, pedimos socorro em nome de uma categoria que vive sob intensa tensão.

A diretoria do Sindicato dos Vigilantes de Niterói e regiões e toda a categoria da nossa região lamenta ocorrido e está solidária aos familiares das vítimas. Estamos em luto!

Só quem sabe o que o Vigilante sofre em seu posto de serviço é outro vigilante, por isso esse desabafo.

Cláudio Vigilante
Presidente do SVNIT

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