Os vigilantes da empresa VS
Brasil que prestam serviços Instituto Médico-Legal (IML) de Niterói e São
Gonçalo permanecem em greve cobrando o pagamento de salários atrasados. A
paralisação já dura 12 dias e não tem previsão para acabar. A empresa
alega que está há seis meses sem receber as faturas do governo do Estado e não
tem como efetuar os pagamentos dos trabalhadores. O salário de fevereiro, o
tíquete alimentação e o vale-transporte estão atrasados. Há casos em que o
vigilante já gozou o período de férias e também não recebeu os valores
correspondentes a um salário e o terço de férias. O Sindicato dos Vigilantes de
Niterói, São Gonçalo e região (SVNIT) auxilia os trabalhadores na paralisação. A situação de alguns vigilantes é
desesperadora quanto a falta de pagamento. Alguns se queixam de falta de
condições para alimentar a família.
A greve, que teve início na
segunda-feira (16), levou muitos manifestantes a protestarem em frente da sede
do IML do Barreto. O problema não é apenas a falta do salário, mas também as
condições de trabalho que são precárias, conforme denunciaram os vigilantes.
Em matéria publicada pelo jornal
Extra desta sexta-feira (27), um levantamento feito no Sistema de
Acompanhamento Financeiro do Estado (Siafem) aponta que a dívida do estado é de
R$ 2,9 bilhões — sendo R$ 1 bilhão com restos a pagar do ano passado e R$ 1,9
bilhão com serviços já executados nos três primeiros meses deste ano, mas que
ainda não foram pagos. O governo estima que a previsão do déficit de caixa até
dezembro será de R$ 13,5 bilhões e anunciou uma série de medidas para tapar o
buraco, como o uso de R$ 6,2 bilhões do Fundo de Depósito Judicial liberado
pelo Tribunal de Justiça do Rio. A proposta que autoriza a utilização do
recurso foi aprovada, nesta quinta-feira, na Assembleia Legislativa (Alerj).
Na área de segurança, segundo o
jornal, por exemplo, faltam recursos até mesmo para a alimentação de presos. O
governo pagou um pouco mais da metade dos R$ 27 milhões que deve a
fornecedores. A inadimplência também tem prejudicado o atendimento nas
delegacias. O pagamento às empresas de segurança afetam outros postos de
trabalho como Detran, postos de vistorias etc.
O presidente do SVNIT, Cláudio
José de Oliveira (Cláudio Vigilante), afirma que a postura do governo do Estado
é irresponsável e prejudicial à classe trabalhadora, já que todos os gastos
devem ser previstos no orçamento com receitas programadas.
“Não podemos aceitar que os
trabalhadores paguem pela ineficiência da gestão do governo do estado. Muitos
estão com problemas familiares, contas vencidas, luz sendo cortada, faltando
comida na dispensa e, tenho a certeza que o governador e donos das empresas de
segurança estão dormindo nas suas casas luxuosas com ar condicionado e servidos
por uma boa comida. Não podemos aceitar essa inversão de valores. Quem trabalha
tem que receber pelo serviço”, questiona Cláudio.
Cláudio Vigilante também condenou
a falta de preparação da empresa.
“Sabemos que o momento que o país
vive é de crise. No entanto, as empresas não se preocupam em se programar para
eventualidades. Hora nenhuma os empresários pensam nos seus funcionários. Vamos
manter a greve até que sejam regularizadas todas as pendências. O SVNIT dará
todo apoio à paralisação e auxílio jurídico aos trabalhadores. Vamos ao
Ministério Público do Trabalho denunciar a empresa e o Governo do Estado”,
desabafa.
Em nota, o governador Luiz
Fernando Pezão informou que o estado tem feito todos os esforços para
regularizar a situação com seus fornecedores. Ele diz que em breve os
prestadores de serviço terão uma definição mais clara sobre o cronograma de
quitação dos débitos. “Os atuais débitos com seus fornecedores refletem uma
situação econômica extremamente difícil para o país e, especialmente, para o
estado”, informou Pezão, na nota. Ainda segundo o texto, a queda nos preços do
barril do petróleo, a desaceleração do crescimento e a crise da Petrobras estão
afetando as finanças do estado.
Willian Chaves - Imprensa Sindical - wmcnoticias@gmail.com
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