Três vigilantes morreram em
dezembro de 2014 em um cruel ataque a carros-fortes no interior de Goiás. O
roubo evidenciou, mais uma vez, a fragilidade a que estão expostos os
trabalhadores da segurança privada. Em 2014 foram registrados 49 ataques a
carro-forte. Até abril de 2015 já são 13. Em resposta a tantos crimes
envolvendo o segmento, a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) propôs a
realização de um Seminário Estadual para tratar o tema. Além disso, apresentou
propostas para a Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP)
para melhorar a segurança destes companheiros.
Nesta quarta-feira (29), a CNTV
participou de uma reunião extraordinária da CCASP na Coordenação Geral de
Controle de Segurança Privada (CGCSP) pra debater os principais problemas nas
áreas de transporte de valores, escolta armada e agências de negócios. Única
entidade a apresentar por escrito suas contribuições, a CNTV defendeu, entre
outros pontos, a permissão para utilização de armas mais modernas e potentes
durante transportes de média e longa distância por rodovias.
“Apresentamos medidas para
melhorar sempre com a preocupação em preservar a vida dos vigilantes”,
ressaltou o secretário Geral da CNTV, Cláudio José defendeu medidas para
proteger os vigilantes de carro-forte CNTV, Cláudio José. Segundo ele, é
preciso investir em meios para diminuir os crimes. “Se não temos como impedir,
precisamos buscar meios para diminuir os riscos”, completou.
Principais problemas No documento
entregue, a CNTV apontou como principais problemas no transporte de valores o
armamento ineficiente para a defesa dos vigilantes; falta de limites máximos de
valores transportados; e ineficácia dos meios de comunicação ou mesmo ausência
dos meios determinados nas normas vigentes. Além disso, a fragilidade na
estrutura vem sendo provada pelas constantes invasões às bases e locais de
guarda de numerário.
A CNTV também apontou que a
condução dos inquéritos por autoridades com competência limitada vem se
mostrando ineficiente na prisão de criminosos e recuperação de valores. Isto porque,
como é de conhecimento dos profissionais deste segmento, as quadrilhas vêm se
expandindo e tomando proporções nacionais, dificultando cada vez mais o
trabalho das autoridades.
Assunto sempre debatido pela
CNTV, o aumento da potência dos veículos e a blindagem das viaturas que
realizam escolta também foram levadas para a mesa pela Confederação. Dois
peritos do Instituto Nacional de Criminalística ouviram as considerações dos
trabalhadores e apontaram alguns aspectos técnicos, além da necessidade de dados
específicos sobre os crimes envolvendo transporte de valores e escolta armada.
A partir destas informações será
possível apresentar sugestões eficazes, baseadas em dados concretos.
É preciso mudar
Em resposta a todos estes
problemas, os trabalhadores vem se mobilizando e conseguindo com que boa parte
destes assuntos seja pautada também em outros entes da administração pública,
do Judiciário e Ministério Público do Trabalho nas diversas regiões. A CNTV vem
defendendo, e apresentou na reunião extraordinária na CCASP, a permissão para
utilização de armas mais modernas e potentes durante transportes de média e
longa distância por rodovias, como pistolas e fuzis.
Além disso, defende a
obrigatoriedade do uso de rádio com tecnologia via satélite em todos os veículos
e o limite de R$ 2 milhões a ser transportado em rodovias e com escolta de
outro carro-forte. Em operações rotineiras os valores de embarque e desembarque
devem ser limitados a R$ 150 mil.
Segundo a coordenadora da CCASP,
Dra. Silvana Helena Vieira Borges, a discussão sobre as medidas existentes e
que podem ser melhoradas efetivamente é fundamental. “A segurança privada
jamais terá o mesmo calibre dos assaltantes por questões legais, mas podemos e
devemos buscar soluções alternativas para dificultar os crimes e preservar a
vida dos trabalhadores”, argumentou.
Novo encontro já tem data marcada
Para otimizar os debates foram
criados dois grupos – um para discutir sobre escolta armada e outro transporte
de valores. Nova reunião extraordinária foi agendada para o dia 17 de junho,
quando deve ser definido o modo de trabalho de cada grupo.
O objetivo é a realização de
estudos técnicos, buscando mais elementos para sustentar as posições defendidas
pelos trabalhadores. Até lá, a CNTV deve realizar debates com a categoria para
incluir as demandas nas discussões junto à Polícia Federal (PF).
Fonte: CNTV
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