A direção da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) já
está articulando um grande ato em Brasília pelo Piso Nacional dos Vigilantes. A
data ainda não foi definida e os sindicatos estão sendo consultados e
mobilizados.
O autor do Projeto de Lei (PL) 4238/2012, senador Marcelo
Crivella, já deu a deixa, em reunião promovida pelo Sindicato do Município do
Rio de Janeiro. Segundo publicado no site da entidade, Crivella afirmou que a
luta dos trabalhadores da segurança privada pelo piso nacional é viável, basta
que haja a mobilização da categoria em todo o país. Ele conclamou os vigilantes
a lutarem pelo Piso Nacional como os PMs lutam pelo mesmo motivo, através da
PEC 300. “O projeto do piso nacional é a PEC 300 dos vigilantes”, ressaltou.
O deputado relator da Comissão Especial que discute o PL,
Nelson Pelegrino (PT/BA) e o presidente da Comissão se propuseram a mediar uma
negociação com o patronato sobre o PL em questão. Até mesmo os patrões já
disseram, na audiência pública realizada no dia 10 de junho, que topam negociar
uma proposta de piso nacional e sem graduação de risco.
A experiência de mobilizar e negociar as melhores propostas
para os trabalhadores quer seja na mesa de negociação com os patrões, quer seja
no próprio legislativo, já fez e ainda faz parte da história de lutas da CNTV.
O caso da periculosidade é um grande exemplo. Ele foi iniciado na Câmara como
Risco de Vida e negociado no Senado para Periculosidade, com reflexos em todos
os ganhos do vigilante (hora extra, adicionais, férias, 13º, etc), e transformado
em lei há dois anos.
Os contra
De quem não se esperava, partiu o principal ataque contra a
campanha do Piso Nacional: um grupo de sindicalistas quer dividir a categoria.
Em um documento assinado em nove de junho, afirmam bobagens
do tipo: o projeto dos patrões de vigilância (o senador Crivella é dono de qual
empresa?); o projeto é eleitoreiro (a primeira versão dele é de 2010. Sendo assim,
o PL da periculosidade também era eleitoreiro?); propõe realizar um grande
seminário para definir a pauta dos trabalhadores (enquanto isso, vamos permitir
que os patrões joguem solto na Câmara e aprovam um piso rebaixado?); propõem
que o piso seja igual ao maior do Brasil (hoje é de R$1.575,39, em Brasília).
Aqui está a resposta: isto tudo que consta no documento significa lutar por um piso
menor para não incomodar ao patrãozinho.
Alguns dirigentes mais espertos já pularam fora deste
engodo, como a Federação do RJ. Antes, estavam junto, mas na semana passada
levou o senador Crivella ao sindicato e aprovou apoio ao PL. Mas a principal resposta
está vindo da categoria. Esta, não tem rabo preso, não tem medo do patrão e
sabe que a luta se constrói na lição do poeta Vandré: “Quem sabe faz a hora,
não espera acontecer”.
Fonte: CNTV
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