Na última segunda-feira (19), o
presidente da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Boaventura,
encaminhou uma carta à presidente Dilma Rousseff. Diante do discurso de posse
da presidente em 1º de janeiro, Boaventura pediu correções nos próximos textos
para contemplar os trabalhadores terceirizados, que não foram mencionados na
ocasião.
A CNTV apoia integralmente o
diagnóstico da presidente quanto à Petrobras, do patrimônio que ela representa
para os trabalhadores e para o povo brasileiro, além do caráter dos
trabalhadores que construíram e constroem a empresa. Entretanto, houve um
equívoco quanto ao número de empregados.
No cenário das relações de
trabalho no Brasil, somente os vigilantes representam mais de dois milhões e
100 mil formados e registrados na Polícia Federal e, destes, quase um milhão
são empregados formalmente e prestam serviço nos setores público e privado, em
sua grande maioria na condição de terceirizados, inclusive na Petrobras. Muitos
destes trabalhadores prestam serviço à empresa há mais de 15 anos e,
consequentemente, não são tão “temporários”.
A Petrobras, assim como todos os
setores econômicos, não funcionaria sem a força de trabalho dos terceirizados.
Acerca dos números de
trabalhadores que atuam na Petrobras, a carta traz os dados reais, de acordo
com o que a própria empresa aponta. Em 2002, o número de empregados de empresas
prestadoras de serviços no Sistema Petrobras era de 121.225. Hoje, são 360.180
prestadores de serviço, sendo que grande parte deles atua em obras de expansão
da Companhia (aproximadamente 165 mil desse total).
Na carta, a diretoria da CNTV
destaca ainda que a invisibilidade não é apenas um tema numérico. A ocultação
desses profissionais os exclui das políticas e ações de combate ao trabalho
indecente, inseguro e os expõe aos acidentes no trabalho, que tira a vida de
muitos trabalhadores. Na Petrobras, são estes os trabalhadores mais vitimados
por acidentes e mortes, a exemplo da recente explosão que feriu gravemente três
trabalhadores terceirizados na Refinaria Landulfo Alves (BA).
Presidente Dilma, precisamos da
visibilidade e do olhar “vigilante” que nos faça justiça, nos valorize e nos
traga respeito. Pedimos que os trabalhadores terceirizados sejam incluídos nos
próximos pronunciamentos como parte relevante das empresas e vida nacional e
determine uma mesa nacional de diálogo que possa produzir ações corretivas às
mazelas que penalizam os trabalhadores terceirizados.
Fonte: CNTV
O Sindicato dos Vigilantes de
Niterói, São Gonçalo e região foi uma das entidades que assinaram a carta
endereça à presidenta Dilma através do presidente Cláudio Vigilante.
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